Como o núcleo familiar imposto pela tradição colonial continua perpetuando valores racistas, sexistas e classistas? Por que esse modelo familiar é um dos principais locais para violência contra mulheres e crianças? Como esse formato propicia a exploração e alienação do sistema capitalista-extrativista? Será que práticas não monogâmicas e pluriparentais podem contribuir com a prevenção da violência sistêmica, da repressão sexual e o esgotamento psico-físico? Será que tem um papel na diluição dos gêneros e ampliação de modos de vida em comunidade? Como discutir, representar, criar outros modos de vida a partir de práticas pessoais, criativas, artísticas, intelectuais? 

Nesta Formação Intensiva se abordam práticas artísticas e intelectuais interessadas em possíveis estruturas familiares que se contrapõem ao modelo de família nuclear tradicional na sociedade ocidentalizada, entendido aqui como condicionante para discriminações de raça, classe, gênero e sexualidade; como produtor de repressão sexual-afetiva; como propiciador de violência contra mulheres, crianças e idosos; e invisibilizador do trabalho reprodutivo. 

 

OBJETIVOS PEDAGÓGICOS

> Discutir as problemáticas que giram em torno da família nuclear como modelo imposto de organização social no mundo ocidentalizado; 

> Conhecer e discutir práticas artísticas e intelectuais que discutem violências desdobradas da estrutura da família nuclear;

> Realizar exercícios de criação e imaginação, inspirados em exemplos históricos e atuais de formas de organização/vivência alternativas;

> Propor coletivamente práticas artivistas que chamem atenção aos conteúdos e reflexões levadas à frente durante a formação. 

 

METODOLOGÍA

Nesta formação teórico-prática, as facilitadoras mostram exemplos de obras de arte históricas e análise intelectuais que ajudam a compreender a problemática em torno da família tradicional nuclear e abrem imaginários sobre possíveis práticas alternativas. Elas proporão exercícios criativos nos quais as participantes serão capazes de refletir sobre suas próprias realidades, experiências, desejos, lutas pessoais e coletivas em relação a esta temática da Utopia Familiar. Por fim, as participantes são estimuladas a materializar propostas artivistas coletivas possam refletir os conteúdos da formação. 

 

PROGRAMA 

Colonialidade, gênero e raça: Família nuclear, patriarcado e propriedade privada

> O uso do gênero, classe e da raça no empreendimento colonial

> Confinamento de mulheres brancas (ou crioulas) e exploração de mulheres não-brancas.

Não-monogamias:

> Descentralidade do amor romântico e da segurança emocional-econômica vinculada ao casamento nuclear; 

> Outras concepções de amor, cuidado, respeito, paixão, responsabilidade emocional;

> Desierarquização dos afetos: amizade, companheiras, amantes;

Pluriparentalidade:

> Descentralidade da figura do Pai e Mãe como únicos responsáveis e donos de crianças/adolescentes/idosos; o papel de outros membros familiares com igual responsabilidade e importância que os pais; exemplos de legislações pluriparentais.

>Desigualdade de gênero no trabalho reprodutivo: invisibilização e exploração dos trabalhos de cuidado. 

Utopias Familiares:

Outros modelos familiares: o reposicionamento paterno, a inclusão de não-mães/pais biológicos na criação de filhos, rodízios de cuidados nas cidades, guarda compartilhada com pais que se deslocam, etc. 

 

PERFIL DAS PARTICIPANTES: 

Não é necessário ter experiência prévia no tema para participar desta formação. Entretanto, é importante considerar que ela tem um grande componente prático no qual os participantes serão convidados a usar suas habilidades criativas (corpo, voz, plástico, etc.). A formação é aberta a pessoas adultas, de qualquer área, que estejam motivadas e curiosas. Se você possuir alguma dúvida ou necessidade particular, não hesite em entrar em contato conosco.

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