Esta formação busca questionar a noção e a nossa relação com a Tradição a partir de uma perspectiva comparativa e decolonial, tomando como exemplo as músicas tradicionais occitanas e as do Abya Yala na América do Sul.
Como essas práticas musicais tradicionais responderam às problemáticas sociopolíticas de seus contextos? O que elas denunciam? Quais saberes são reivindicados? Como tirar proveito dessas estratégias artísticas para orientar nossas lutas globais atuais?
A formação em artivismos musicais é um espaço para se informar, discutir e reativar práticas artísticas e intelectuais que denunciaram sistematicamente questões como a colonialidade, o gênero, o racismo, o capitalismo, o monolinguismo e o Estado-nação. Tais práticas podem ser compreendidas como formas de artivismo que interessam e inspiram as lutas globais.
A ideia dessa formação, no entanto, não é apenas observar ou escutar passivamente essas denúncias, mas sim apropriar-se de suas estratégias criativas para recontextualizá-las em nosso tempo e território, com o objetivo de ecoar e aprender com essas abordagens; buscando, principalmente, descolonizar nossas práticas e nossa relação com essas músicas tradicionais/artivistas.
Objetivos pedagógicos gerais:
- Aprofundar o conhecimento sobre práticas musicais criadas por artistas occitans e do Abya Yala que denunciam questões como colonialidade, gênero, racismo, capitalismo, monolinguismo e Estado-nação.
- Relacionar as problemáticas abordadas com os contextos contemporâneos e europeus.
- Criar coletivamente propostas artivistas musicais contextualizadas no tempo e território atuais das participantes, inspiradas nas estratégias estudadas.
Metodologia:
Nesta formação teórico-prática, as formadoras apresentarão exemplos de músicas e práticas tradicionais acompanhadas de análises intelectuais sintéticas que ajudarão a compreendê-las. Elas proporão exercícios criativos nos quais as participantes poderão refletir sobre suas próprias realidades, experiências, desejos, lutas pessoais e coletivas, para, ao final, chegar a uma proposta artivista simples, porém potente, que poderá ser compartilhada com o público ao término da formação.